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Uni�o de segmentos e medidas efetivas para controlar a a��o da formiga sa�va

Data de publicação: 19/07/2009

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Milhões de anos de evolução aperfeiçoaram a forma de organização das formigas ‘agricultoras', mas não a ponto de sustentar o ditado "ou o Brasil acaba com a saúva ou a saúva acaba com o Brasil", exaustivamente pronunciado nos anos 60. Extremismos à parte, a praga vem sendo foco de preocupação entre produtores rurais e mesmo nos perímetros urbanos.
Os bichos são capazes de provocar perdas significativas de produção, principalmente nas culturas de soja, milho, feijão, áreas de citros, cana de açúcar e pastagens. Se a infestação é alta, chegam a devastar plantações inteiras. "A saúva pode ser considerada a pior praga da agricultura brasileira, levando em consideração que seu ataque se dá ao longo do ano e não em surtos, como ocorre com outras pragas", esclarece a engenheira florestal Denise Dolores Moreira.
A Prefeitura de Umuarama, através da Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente, está adotando práticas eficazes de combate. "Dentro da cidade, por conta do sistemático trabalho desenvolvido, a manifestação das saúvas já está sob controle", explica o diretor Claudio Marconi.
Na semana passada, durante reunião realizada no Sindicato dos Trabalhadores Rurais, o secretário Antonio Carlos Favaro falou sobre a importância do controle e pediu aos representantes de entidades e associações presentes que contribuam para a elaboração e desenvolvimento de uma ação conjunta.
Os componentes contemplados nas propostas apresentadas passam pela correta utilização de produtos, doses, épocas de controle, capacitação do aplicador, consciência do problema pelo produtor rural e a já mencionada integração para a eficácia das práticas urbanas e rurais de controle. "Iremos realizar reuniões para esclarecer dúvidas. A Prefeitura disponibilizará, para os pequenos produtores, a quantidade necessária do produto para o controle", esclarece Marconi.

Campanha
O trabalho de conscientização será realizado através de panfletos, cartazes e divulgação na mídia. Além da Prefeitura, aderiram à idéia parceiros como SEAB (Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento), Emater, Sociedade Rural de Umuarama, Sindicato dos Trabalhadores Rurais, Sindicato Patronal e Senar.
Um mapa municipal de infestação deverá ser traçado, levando em conta que o convívio com as formigas cortadeiras implica em ações ordenadas e constantes ao longo dos anos. "Acreditamos ser possível desenvolver ações eficazes e evitar prejuízos econômicos aos produtores. Outro aspecto importante é que o trabalho buscará intercâmbio com os demais municípios, pois é notório que a saúva está presente na maioria das localidades do Noroeste", conclui Claudio Marconi.

Conjunto
Entidades e associações sugeriram ainda cadastrar os produtores participantes, a criação de uma equipe técnica (com representantes da Prefeitura, Emater, Senar e UEM), divisão dos produtores a serem beneficiados em grupos (para melhor organização e resultados) e disponibilização de todas as instruções necessárias (sobre a aplicação e procedimentos complementares).

INSETO NOTÁVEL, MAS AINDA ASSIM PRAGA
A persistente saúva (Atta spp) é originária do continente americano. Alimenta-se basicamente da seiva que as plantas (flores e folhas) liberam enquanto são cortadas. Pedaços do material vegetal são levados até o formigueiro, onde está um fungo que elas cultivam e com os quais vivem em simbiose. São insetos sociais, ou seja, não são predadores de outros insetos.
Ocorre em todo o país. Existem cerca de 10 espécies e três subespécies no Brasil. São várias as características que as distinguem. Uma delas é a estrutura externa dos ninhos, e outra o material que cortam (algumas espécies cortam só gramíneas). A saúva ataca, principalmente, culturas de arroz, cana de açúcar, capins, milho, algodão, eucalipto, mandioca, goiaba, pinheiro e palmeira.
Entre os seus predadores estão aves, o tatu, o tamanduá e um besouro do gênero Canthon. A reprodução ocorre uma vez por ano, por ocasião da revoada ou vôo nupcial. As fêmeas virgens saem de um formigueiro principal, juntamente com os machos, para acasalar. Depois de fecundadas instalam sua própria colônia. Apenas a formiga Rainha irá gerar outros indivíduos (se a Rainha morrer, a colônia acaba).

Curiosidades

- O formigueiro da saúva pode atingir quilômetros de extensão.

- Por ter mandíbulas fortes, a picada é dolorida e o local atingido fica inchado e vermelho. Mas o inchaço é causado pela força e não por algum veneno excretado.

- As mandíbulas são parte do aparelho bucal das saúvas e se parecem com duas pinças, que são utilizadas para cortar as folhas e para a defesa.

- Os estudos sobre toxicidade de plantas para formigas cortadeiras tiveram início no final da década de 80.

- Vários princípios ativos de combate já foram descobertos, sendo o principal a ricinina (extraída da folha da mamona) e os demais são ácidos carboxílicos (na forma de iscas e de nebulização para formigueiros de laboratório e no campo).
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