O Centro de Especialidades Odontológicas (CEO) de Umuarama é uma unidade de saúde destinada ao atendimento odontológico especializado no âmbito do SUS (Sistema Único de Saúde), oferecendo tratamentos de endodontia (tratamento de canal), cirurgia oral menor (extrações múltiplas, de molar e remoção de hiperplasia), periodontia (tratamento das doenças periodontais e gengivais), prótese (prótese total, dentadura e próteses parciais removíveis - acrílicas), ortodontia preventiva e atendimento a pacientes especiais. Portadores de necessidades especiais constituem uma população heterogênea, incluindo uma variedade expressiva de deficiências físicas, mentais, neurológicas ou sociais. Pela sua dependência e vulnerabilidade, apresentam maior suscetibilidade a distúrbios bucais e a outras morbidades passíveis de comprometer a qualidade de vida, necessitando de assistência temporária ou permanente. "Em se tratando de cuidados bucais, são pessoas que normalmente não têm habilidade para promover higiene oral satisfatória e muitas vezes não permitem que outras a façam, ou não a façam de maneira adequada por possuírem comportamento agressivo ou mesmo por apresentarem movimentos involuntários que dificultam a higienização", explica a doutora Ana Maria Ruzzon, coordenadora do CEO. No atendimento, é feito primeiramente um condicionamento, na tentativa de obter a colaboração do paciente. Não sendo o recurso possível, é solicitada a ajuda de familiares. Ocasionalmente, é necessário utilizar aparatos próprios para a imobilização (estabilizador de Godoy). Em determinadas situações, a melhor alternativa é a sedação ou anestesia geral para intervenções em centro cirúrgico. "Isso acontece quando o paciente não pode permanecer na cadeira de tratamento devido a limitações de compreensão intelectual, físicas ou pela própria condição de saúde geral do paciente que, muitas vezes, precisa permanecer internado", diz Ruzzon. Caso exemplar Um exemplo é o caso de Jader de Oliveira Matos, 19. A mãe, Ana Maria de Oliveira, compareceu ao CEO queixando-se de que o filho estava com muita dor de dente e que precisava de tratamento. Narrou que o mesmo era agressivo e que já havia passado por vários profissionais sem sucesso. Uma consulta foi marcada para avaliação clínica, diagnóstico e elaboração do plano de tratamento. Uma ambulância foi disponibilizada para o transporte do paciente. Durante a anamnese (entrevista que pode representar o ponto inicial no diagnóstico de uma doença), a mãe relatou que, além de problemas mentais, o filho havia feito quimioterapia em decorrência de um câncer. O mesmo apresentava o que os especialistas denominam ‘reação cruzada'. No ato da medicação proposta para sedação consciente, no exame clínico inicial, observou-se serem necessárias algumas cirurgias e restaurações. "Pela gravidade do caso, ficou claro que o Jader seria melhor atendido em âmbito hospitalar, sob anestesia geral", esclarece Ruzzon. No mesmo dia, o paciente foi encaminhado para a realização dos exames complementares. Tão logo saíram os resultados, foi marcada a internação. O tratamento foi realizado no hospital. Após a medicação, ocorreu o agendamento para avaliação do pós operatório. No retorno ao CEO, a constatação do êxito no tratamento. Jader retorna trimestralmente ao Centro para exames de prevenção. Na última sexta-feira, Jader e a mãe receberam em casa a visita do doutor Fernando Augusto Reis dos Santos, responsável pelo tratamento. O rapaz não conteve a alegria. "Ele fica o tempo todo apontando para o doutor Fernando, orgulhoso por hoje estar bem e com um belo sorriso", diz a mãe, Ana Maria de Oliveira. "Não tenho palavras, pois o atendimento foi simplesmente nota mil. Foram sempre atenciosos e meu filho sempre recebeu muito carinho", relata. "É uma sensação que não tem preço. A alegria do Jader é a melhor recompensa para o trabalho que desenvolvemos", diz Santos.