Assistência Social
Palestra sobre autismo é marcada por emoção no Centro Cultural Vera Schubert
Data de publicação: 15/09/2022

Emoção: essa foi a palavra mais utilizada para definir o sentimento de quem esteve na palestra sobre Transtorno do Espectro Autista (TEA) na noite da última quarta-feira (14), no teatro do Centro Cultura Vera Schubert. O evento promovido pela LAPSM (Liga Acadêmica de Psiquiatria e Saúde Mental) recebeu a pediatra Leslye Sartori Iria, que compartilhou sua experiência como especialista no assunto e sua vivência com a filha Isadora, diagnosticada com autismo há quatro anos. Com o apoio da Secretaria de Assistência Social da Prefeitura de Umuarama, o evento foi aberto ao público e recebeu, inclusive, caravanas de municípios da região. A médica abriu a palestra informando aos participantes que a noite não seria apenas para tratar do tema de maneira técnica. “Eu não vim aqui falar para vocês apenas o que é autismo. Eu vim contar para vocês como ele cruzou a vida da minha família, como foi nosso processo de luto e luta pela nossa Isadora. Meu desejo é que vocês saiam daqui levando algumas sementinhas de amor e inclusão”, disse. Após contar como foram os primeiros meses de vida da filha, dra. Leslye confidenciou que sempre achou que algo não estava certo com Isadora. “Eu percebia que ela tinha alguns atrasos e cheguei a comentar com as pessoas que diziam para eu ficar calma, que cada criança tem o seu tempo. Essa é a primeira sementinha que quero plantar: tudo tem um tempo certo para acontecer. E se você desconfia, investigue, não espere!”, alertou. A busca por respostas sobre o desenvolvimento da filha fez a médica reposicionar a vida pessoal e a carreira. “Não é fácil receber um diagnóstico, seja ele qual for. Nós idealizamos nossos filhos. Mas o conhecimento é libertador, esse foi o caminho que eu escolhi: estudar para tentar ajudar a minha Isadora”, relatou. Depois do diagnóstico de TEA, a pediatra se especializou e atua apenas na área de transtornos do neurodesenvolvimento. “Nosso processo foi muito difícil. Nos deparamos no caminho com pessoas que não tiveram empatia conosco e com a nossa filha. Isso despertou em mim um desejo: trabalhar por um mundo mais humano, mais carinhoso, mais inclusivo não só para a Isadora, mas para todas as crianças com autismo”, contou. A médica fez questão de ressaltar que apesar da crença de que autismo é algo novo, na verdade ele está mais presente na sociedade do que se imagina. “Ainda não há estatísticas nacionais sobre a incidência do transtorno, por isso, leva-se em consideração os dados do CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças) dos EUA, que aponta que uma em cada 44 crianças aos 8 anos de idade, tem TEA no país. Não é moda, como muita gente acredita, é uma realidade. Esse cenário tende a aumentar conforme avançam as ferramentas para diagnóstico e os profissionais capacitados para fazê-lo”, explicou. Nesse sentido, a palestrante dirigiu-se também aos profissionais de educação e saúde que participavam do evento. “Vocês vão perceber cada vez mais crianças com TEA nas salas de aula, nas unidades de saúde. Não tem volta! Vocês podem ser agentes de transformação na vida dessas crianças e suas famílias. Estude, quebre paradigmas, faça a diferença!”, disse a pediatra. Ao final, dirigindo-se especialmente aos pais de crianças com autismo, a palestrante apontou dois caminhos possíveis com base na sua própria vivência: “Limite ou acredite: essas são as duas opções que nós temos. Eu encontrei no meu caminho pessoas que limitaram a Isadora, mas nós escolhemos acreditar na nossa filha. Eu escolho isso todos os dias. Eu quero que a Isa seja feliz, independente e faça suas próprias escolhas, e que ninguém diga até onde ela pode chegar”, recomendou.
Emoção: essa foi a palavra mais utilizada para definir o sentimento de quem esteve na palestra sobre Transtorno do Espectro Autista (TEA) na noite da última quarta-feira (14), no teatro do Centro Cultura Vera Schubert. O evento promovido pela LAPSM (Liga Acadêmica de Psiquiatria e Saúde Mental) recebeu a pediatra Leslye Sartori Iria, que compartilhou sua experiência como especialista no assunto e sua vivência com a filha Isadora, diagnosticada com autismo há quatro anos.
Com o apoio da Secretaria de Assistência Social da Prefeitura de Umuarama, o evento foi aberto ao público e recebeu, inclusive, caravanas de municípios da região. A médica abriu a palestra informando aos participantes que a noite não seria apenas para tratar do tema de maneira técnica. “Eu não vim aqui falar para vocês apenas o que é autismo. Eu vim contar para vocês como ele cruzou a vida da minha família, como foi nosso processo de luto e luta pela nossa Isadora. Meu desejo é que vocês saiam daqui levando algumas sementinhas de amor e inclusão”, disse.
Após contar como foram os primeiros meses de vida da filha, dra. Leslye confidenciou que sempre achou que algo não estava certo com Isadora. “Eu percebia que ela tinha alguns atrasos e cheguei a comentar com as pessoas que diziam para eu ficar calma, que cada criança tem o seu tempo. Essa é a primeira sementinha que quero plantar: tudo tem um tempo certo para acontecer. E se você desconfia, investigue, não espere!”, alertou.
A busca por respostas sobre o desenvolvimento da filha fez a médica reposicionar a vida pessoal e a carreira. “Não é fácil receber um diagnóstico, seja ele qual for. Nós idealizamos nossos filhos. Mas o conhecimento é libertador, esse foi o caminho que eu escolhi: estudar para tentar ajudar a minha Isadora”, relatou.
Depois do diagnóstico de TEA, a pediatra se especializou e atua apenas na área de transtornos do neurodesenvolvimento. “Nosso processo foi muito difícil. Nos deparamos no caminho com pessoas que não tiveram empatia conosco e com a nossa filha. Isso despertou em mim um desejo: trabalhar por um mundo mais humano, mais carinhoso, mais inclusivo não só para a Isadora, mas para todas as crianças com autismo”, contou.
A médica fez questão de ressaltar que apesar da crença de que autismo é algo novo, na verdade ele está mais presente na sociedade do que se imagina. “Ainda não há estatísticas nacionais sobre a incidência do transtorno, por isso, leva-se em consideração os dados do CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças) dos EUA, que aponta que uma em cada 44 crianças aos 8 anos de idade, tem TEA no país. Não é moda, como muita gente acredita, é uma realidade. Esse cenário tende a aumentar conforme avançam as ferramentas para diagnóstico e os profissionais capacitados para fazê-lo”, explicou.
Nesse sentido, a palestrante dirigiu-se também aos profissionais de educação e saúde que participavam do evento. “Vocês vão perceber cada vez mais crianças com TEA nas salas de aula, nas unidades de saúde. Não tem volta! Vocês podem ser agentes de transformação na vida dessas crianças e suas famílias. Estude, quebre paradigmas, faça a diferença!”, disse a pediatra.
Ao final, dirigindo-se especialmente aos pais de crianças com autismo, a palestrante apontou dois caminhos possíveis com base na sua própria vivência: “Limite ou acredite: essas são as duas opções que nós temos. Eu encontrei no meu caminho pessoas que limitaram a Isadora, mas nós escolhemos acreditar na nossa filha. Eu escolho isso todos os dias. Eu quero que a Isa seja feliz, independente e faça suas próprias escolhas, e que ninguém diga até onde ela pode chegar”, recomendou.